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O setor metalmecânico capixaba, nos últimos 25 anos, teve um crescimento acentuado, decorrente das oportunidades nos investimentos realizados no estado nos setores de mineração, siderurgia, celulose e petróleo e gás. O fornecimento local passou de 8% para 60%, as empresas se tornaram referência em vários segmentos, realizando fornecimentos para diferentes clientes em diversos estados brasileiros.

Esse resultado é fruto de um trabalho conjunto entre a iniciativa privada e o governo estadual, devendo destacar as ações dos programas PDF e PRODFOR, trabalhando na melhoria do ambiente de negócios, certificação e promoção das empresas e qualificação dos trabalhadores.

O Governo do Estado com seus programas de incentivos e benefícios, destacando o INVEST e COMPETE, propiciou o crescimento das empresas existentes e a atração de empresas de outros estados que vieram e aqui se instalaram, desenvolveram e se integraram ao setor.

Atualmente o setor é constituído por cerca de 1.300 empresas que empregam mais de 25 mil trabalhadores com faturamento anual superior a oito bilhões de reais, sendo que mais de 50% desse valor oriundo de fornecimentos realizados para outros estados.

Entretanto, apesar dessas conquistas, observamos que no ranking geral de competitividade entre os estados brasileiros – avaliação do MBC-Movimento Brasil Competitivo – o Espírito Santo encontra-se em 6º lugar, estando acima da média em nove dos dez dos quesitos avaliados, sendo inovação o único item que ficou abaixo, perdendo para estados com menor expressão industrial, comercial e social.

Considerando também o aumento da produtividade em nível global com o advento da revolução tecnológica aplicada à indústria, a estratégia de inovar surge como o melhor caminho. Para isso é importante que o empresário invista em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), como fizeram Noruega e Singapura. Nesses países, os empresários aplicam cerca de 10% da receita em inovação, tratando esse item como investimento e não custo.

Para mudar essa cultura empresarial é importante o papel do governo com incentivos à inovação, com a criação de parques tecnológicos, disponibilização de recursos e/ou incentivos fiscais, que visam a criar condições favoráveis e impulsionar a competitividade. Importante a integração empresa-academia, propiciando a utilização de pesquisadores e laboratórios, que podem amparar os trabalhos das empresas. No estado é importante destacar o papel da FAPES-Fundação de Amparo à Pesquisa que tem se empenhado em atuar junto à iniciativa privada na busca de soluções que atendam ao mercado.

O Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico – CDMEC, procurando reduzir esses riscos, atua como facilitador para fomentar a cultura de inovação e auxiliar as empresas nesse caminho. Em novembro de 2016, em parceria com Sindifer e a ArcelorMittal Tubarão, foi realizado um workshop lançando desafios de inovação para as empresas capixabas do setor, independentemente de seu porte, o que permitiu às pequenas e médias competirem em igualdade com as grandes. Foi surpreendente o resultado, surgindo empresas com soluções inovadoras que estão desenvolvendo as propostas supervisionadas pela entidade.

Nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, o CDMEC realizou um diagnóstico sobre a inovação no setor, visitou mais de 50 empresas, com excelente receptividade. O resultado mostrou que 43% investem mais que 5% de seu faturamento em inovação. Identificou que, uma a cada três empresas, possui mais de 20% de sua receita proveniente de produtos ou serviços desenvolvidos nos últimos três anos.

O mundo está mudando muito rápido e a empresa que quiser crescer e perpetuar precisa investir em inovação. É necessário que haja uma quebra de paradigmas e criar soluções para o mercado, lembrando o cientista britânico Charles Darwin (1809-1882): “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.