Parque industrial de uma das fábricas da Aracruz Celulose da empresa Fibria (Divulgação/VEJA).

O Espirito Santo receberá, no período de 2017 a 2021, investimentos superiores a 60 bilhões de reais para instalação de novos projetos e manutenção dos existentes, sendo que mais de 70% será aplicado nos setores de petróleo e gás e indústria naval.

Somente a Petrobras investirá, entre 2017 e 2020, cerca de 32 bilhões de reais, valor 45% superior ao investido entre os anos de 2012 e 2016. A Shell investirá 5 bilhões de reais na exploração de petróleo e gás. Outros grandes projetos previstos são o Porto Central em Presidente Kennedy (parceria com Porto de Roterdam, na Holanda) e o porto da Imetame, em Aracruz. Os dois, juntos, mudarão o perfil da área portuária do Espírito Santo, colocando-nos em condições de receber todo o tipo de navios de carga.

As grandes empresas instaladas – como ArcelorMittal Tubarão, Vale, Petrobras, Samarco, Fibria e WEG – compram para operação mais de 1 bilhão de reais por ano, entre bens e serviços, que demandam todos os setores da economia que compõem a cadeia de abastecimento. Elas demandam fornecedores de fabricação de equipamentos e componentes mecânicos, de serviços de manutenção industrial, engenharia e gerenciamento de projetos, meio ambiente, tecnologia da informação, transporte de pessoas e de cargas, gráficas, lavanderia industrial, limpeza industrial, segurança, consultoria contábil, jurídica e empresarial, entre outras.

As empresas capixabas que investiram em conhecimento, gestão e inovação estão conseguindo atravessar o momento difícil pelo qual passa a economia. Atualmente mais de 50% do faturamento dos fornecedores de bens e serviços decorrem de contratos realizados em outros estados brasileiros. Entretanto verifica-se que existe muito a conquistar, em especial no mercado interno. É necessário conhecer, em detalhes, o que as grandes empresas compram ou pretendem comprar e investir. Os fornecedores locais já demonstraram que, quando é dada a oportunidade, eles procuram parcerias, se capacitam e participam em igualdade de condições com qualquer outra empresa nacional ou internacional. Um esforço nesse sentido foi iniciado com o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás junto a Petrobras e o Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico, em parceria com a ArcelorMittal Tubarão. Esse trabalho precisa ser aprofundado e estendido às outras grandes empresas investidoras.

Na 10ª edição da MEC SHOW, feira do setor metalomecânico e do petróleo, que será realizada em julho, esses assuntos serão debatidos com objetivo de mostrar a competência local e buscar novos dados e informações desses investidores. Já estão confirmadas as presenças de empresas de outros países como Canadá, México, Argentina e Colômbia, além de representação das principais entidades dos setores de petróleo e gás, metalurgia e mecânica, e de instituições de ensino.

O Espírito Santo ocupa somente 0,5% da área do território brasileiro e tem 1,9% da população, ou seja, precisamos aproveitar o mercado das grandes empresas aqui instaladas para desenvolver novos produtos e procurar novos mercados, no Brasil e no exterior. Para isso é essencial investir em educação, estimular o empreendedorismo, criar a cultura da inovação nas escolas e fornecedores, melhorar a gestão das empresas e praticar o associativismo, na certeza que juntos faremos o Espírito Santo ainda melhor, propiciando desenvolvimento com qualidade de vida para toda sociedade. As oportunidades existem.