Crédito: Jefferson Rocio/Samarco.

O acidente ocorrido dia 5.11.2015, na barragem de Fundão, em Mariana, MG, de propriedade da Samarco foi grave, de proporção nunca vista no setor mineral brasileiro. Dezenove vidas foram perdidas e 40 milhões de metros cúbicos de lama foram carreadas para o Rio Doce. Desse total de lama, 20 milhões ficaram retidos na barragem da hidroelétrica de Candonga, no município de Rio Doce, e o restante foi espalhada na extensão do rio chegando até ao mar, em Regência, município de Linhares, Espírito Santo.

O prejuízo é enorme: perdas de vidas e residências, impactos na pesca, agricultura, turismo, entre outros. Ao todo foram 39 municípios impactados: 34 em Minas Gerais e 5 no Espírito Santo, sendo que diversos tiveram o abastecimento d´água afetado.

A Samarco, imediatamente após o acidente, tem feito esforço para minimizar esse impacto. No dia dois de março de 2016 assinou um Termo de Transação e de Ajuste de Conduta (TTAC) com as mais diferentes entidades e instituições públicas, envolvendo o Governo Federal e autoridades dos dois estados, incluindo 42 programas com ações socioeconômicas e socioambientais, que deverão ser executadas visando trabalhar a recuperação das áreas impactadas nos diferentes aspectos.

No dia dois de agosto de 2016, conforme previsto no TTAC, iniciou a operação da Fundação Renova, uma organização não governamental que deve trabalhar a governança e gestão dos programas.

Entendendo que o acidente deve ser reparado legalmente mas, também, verificando que a empresa precisa retomar suas operações, um grupo de empresários do sul do estado do ES, em parceria com o Sindifer, CDMEC, Sinduscon-ES e Sindicopes, com apoio do Governo do Estado, da ONG ES em Ação, CREA-ES, Messes e entidades de Anchieta, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim, tem trabalhado para que as unidades de pelotização no município de Anchieta, Espírito Santo, voltem a funcionar.

Dentro dessa filosofia fomos a Brasília e Minas Gerais, onde participamos de reuniões e audiências públicas mostrando ao poder público e sociedade em geral o que a Samarco fez desde sua fundação até 2015, com diversas ações que contribuíram para o crescimento do estado e a importância da mesma para nossa economia.

No ano de 2016, no estado, foram perdidas cerca de 40 mil vagas de empregos formais, representando uma diminuição de 6% do efetivo, sendo que grande parte decorrente da paralização da Samarco, que representa mais de 20 mil empregos diretos e indiretos. No município de Anchieta o desemprego no setor privado é da ordem de 30%, devida a paralização das atividades das empresas da indústria, serviços e comércio.

A contribuição da Samarco para o PIB do Espírito Santo é de 6%, tendo contribuído com 50% do resultado negativo que o estado teve em 2016, que será fortemente sentido pelos municípios da região sul em 2018, quando ocorre a distribuição dos valores arrecadados.

A volta da Samarco depende da anuência da Prefeitura de Santa Barbara, Minas Gerais, onde a empresa retira a água que precisa para operar a mina. O apoio de todos é importante para o retorno da empresa evitando que o prejuízo social, decorrente do desemprego, seja maior que o prejuízo ambiental ocorrido.